Post 2: E agora? Por onde recomeçar?
- Marina Maia

- 9 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de set.
Quando escrevi esse titulo as ideias começaram a "pular na minha mente". Tantas que fiquei assustada. Mas lembrei que não sou mentora ou orientadora para ajudar as pessoas a recomeçar. Nem sou exemplo para poder dizer: "Eu fiz assim logo, faça como eu fiz". Nossa! Não!
Além do mais, a vida nem sempre segue o roteiro que escrevemos. Às vezes, ela arranca páginas inteiras, amassa nossos planos e joga tudo para o alto. Pode ser uma demissão inesperada, o fim de um relacionamento, uma mudança de cidade, uma doença na família ou simplesmente aquele vazio que aparece quando percebemos que já não somos mais a mesma pessoa de ontem.
E aí vem a pergunta que ecoa dentro da gente: E agora? Por onde recomeçar?
A verdade é que recomeços não pedem perfeição, pedem coragem. Não é sobre saber todas as respostas, é sobre dar o primeiro passo mesmo com o coração batendo rápido. É sobre juntar os pedaços e montar uma nova história — que, talvez, fique até mais bonita que a original.

Mas, e a coragem para juntar esses pedaços? Ninguém ensina o passo a passo de como criar essa coragem. Sei que antes de juntar os pedaços, é preciso reconhecer que eles estão no chão. E, para isso, precisamos respeitar o luto.
Quanto tempo dura o luto? A minha experiência é de mais de 5 anos
Mas qual é o tempo certo para viver e superar um luto? Um mês? Um ano? Cada pessoa carrega a sua própria medida. Há quem sinta o peso por semanas, há quem leve décadas. O meu, eu descobri tarde… durou mais de cinco anos. E o mais curioso: eu nem sabia que estava de luto.
Durante todo esse tempo, eu vivi. Comia demais, é verdade. Via muitos filmes — às vezes o mesmo filme, repetido como se fosse um cobertor emocional. Eu ria. Brincava com meus filhos e com meu cachorro (Ah, não contei que tenho cachorro? Tenho, e ele é uma das minhas alegrias mais sinceras). Parecia que estava bem. Mas, no fundo, eu morava dentro de um buraco.
É estranho explicar. O mundo continuava, e eu continuava com ele. Mas uma parte de mim estava parada, congelada no instante da perda, sem saber como dar o próximo passo. Agora, acho que estou saindo. Não de uma vez só, não de forma heroica. Mas pouco a pouco, eliminando cada etapa do luto, como quem se acostuma de novo com a luz depois de muito tempo na penumbra.
Talvez o sair do luto nunca tenha um prazo certo. Talvez o único tempo correto seja aquele que nos permite voltar a viver de verdade.







Comentários